8 de fev. de 2015

DISCURSOS VAZIOS! A PENA DE MORTE NÃO MATA O ESPÍRITO DELINQUENTE. A LUTA ESPÍRITA É SEMPRE PELA VIDA!



Venho me assustando com declarações de espíritas do meu convívio, dando graves sinais de regressão quanto aos ensinamentos doutrinários sobre a pena de morte. Leio e ouço coisas que não condizem nem um pouco com seguidores de uma doutrina racional e voltada para a regeneração do ser humano. Conhecedores da reencarnação e da lei de causa e efeito, jamais poderíamos ser cúmplices de pensamentos tão bárbaros. Seguidores de uma doutrina que tem na referência do Cristo que jamais proferiu algo favorável a esta violência, aliás, ao contrário, mostrou como no caso do apedrejamento de Madalena, que não temos nenhuma autoridade moral para tal. Cheguei a ouvir que com acontecimentos tão violentos visto nos noticiários, fica difícil não desejar a pena de morte para certos casos. 
Que pena, verifique se em vez de justiça, o que você quer não é vingança!!

O sentimento de revolta em decorrência da taxa crescente da criminalidade, a impunidade e a sensação de vulnerabilidade alimentam o desejo de vingança. Cansados de esperar uma resposta do Estado, a população, erroneamente, tem procurado fazer justiça com as próprias mãos. Observamos nos últimos meses cenas desoladoras de linchamento. Parece que retrocedemos à época da lei de talião, deixando transparecer a animalidade da natureza humana.

Provavelmente, uma parcela significativa da população já cogitou a ideia de instalação da pena capital no Brasil. Sempre que os noticiários divulgam aqueles crimes hediondos que chocam a opinião pública, com um requinte de sensacionalismo, o assunto "pena de morte" é relembrado. A opinião se agrava quando deixamos o posto de espectador e assumimos o papel de vítima. 

Alguns dados 

Atualmente, cerca de 90 países adotam a pena extrema, o que não significa que a aplicam na prática. Há uma tendência de erradicação da pena capital no mundo todo. Algumas nações estão revendo suas legislações, enquanto outras já aboliram a pena de morte de seu sistema judiciário. Por outro lado, o número de execuções tem crescido entre as que insistem em mantê-la.
Um dos países que ainda investem na pena capital são os Estados Unidos. A condenação máxima é utilizada em 32 dos 50 estados que constituem essa nação. Os americanos favoráveis à pena de morte ainda são a maioria, mas o índice de aprovação caiu nos últimos 20 anos. De acordo com o instituto Gallup, no ano de 1994, 80% dos cidadãos norte-americanos se declaravam a favor da pena de morte em casos de homicídio e apenas 16% se opunham à sua aplicação. No ano passado, os percentuais eram de 60% e 35%, respectivamente.

No Brasil ocorre o contrário: uma pesquisa encomendada pela Confederação Nacional das Indústrias em 2011 demonstrou que 31% dos brasileiros defendem integralmente a pena de morte e outros 15% em apenas alguns casos. Entretanto, 51% dos brasileiros são favoráveis à prisão perpétua.
Em 2013 foram executadas 778 pessoas em 22 nações. Ainda no mesmo ano, foram estabelecidas, ao menos, 1.925 novas sentenças de morte em 57 países e cerca de 23.392 pessoas encontravam-se no corredor da morte.
A maioria das execuções ocorreu na China, Irã, Iraque, Arábia Saudita, EUA e Somália, nessa ordem. Estima-se que o número pode ser bem maior, pois os países que vivem sob o regime ditatorial não costumam divulgar seus dados. (1) 
A pena de morte reduz a criminalidade? 
Alguns estudos apontam que a pena de morte é ineficaz no combate à criminalidade. 

O índice de crimes nos estados americanos que adotam a pena de morte é 1% maior, se comparado com os estados abolicionistas. No Canadá ela deixou de existir em 1975 e de lá pra cá os delitos decaíram 44%. Os criminosos não deixam de cometer o dolo pensando na possível pena que lhe poderá ser infringida.
Outro importante aspecto a analisar é a possibilidade do erro de sentença. Nenhuma nação que adota a pena de morte está isenta de cometer uma injustiça. Existem vários casos de comprovação de inocência do condenado após a sua execução.

Uma pesquisa divulgada em abril de 2014 demonstra que 4% dos condenados à morte nos Estados Unidos eram pessoas inocentes. Esse estudo avaliou os casos de réus que estavam no corredor da morte entre os anos de 1973 e 2004 e conseguiram provar a inocência antes da execução. A mesma pesquisa constatou que uma em cada 25 sentenças de morte estava errada, ou seja, o acusado não tinha culpa.
É importante lembrar que a pena de morte é uma sentença definitiva. Não há como o Estado devolver a vida do executado quando se comprova a inocência após a aplicação do castigo. Se essas injustiças acontecem em países desenvolvidos, o que pensar do Brasil?

Alguns defendem que a pena de morte é cruel e desumana. Recentemente, também nos Estados Unidos, um sentenciado agonizou por cerca de 30 minutos até morrer, depois de receber uma injeção letal malsucedida. Outro caso conhecido foi a execução desastrada de um prisioneiro na cadeira elétrica. O réu suspirou várias vezes com a cabeça em chamas antes de receber a descarga fatal.



Além de tudo, os mecanismos de execução são onerosos para o Estado. Na Califórnia, as execuções anuais não saem por menos de US$ 137 milhões. Estima-se que a substituição da pena capital pela prisão perpétua custaria aos cofres públicos apenas US$ 11,5 milhões, uma economia de 70%. 

Pena de morte no Brasil 


O que pouca gente sabe é que no Brasil existe a pena de morte instaurada e assegurada pela Constituição Federal vigente. É o que diz o art. 5º, inciso XLVII: Não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do artigo 84 [...]
Sim, a pena de morte existe no Brasil, em tempos de guerra. Além da Constituição Federal, ela é regulamentada pelo Código Militar Penal, que pune seus combatentes em casos de traição, genocídio e deserção durante a guerra. Vale ressaltar que a pena capital somente será aplicada em casos extremos. A execução acontece por fuzilamento.

A pena de morte aplicada à sociedade civil deixou de existir oficialmente em nosso país desde a Proclamação da República em 1889, todavia a última execução aconteceu alguns anos antes, em 1876, e foi aplicada a um escravo de nome Francisco, no estado de Alagoas.
Atualmente o Brasil é membro do Protocolo da Convenção Americana de Direitos Humanos para a Abolição da Pena de Morte. Segundo as leis internacionais, a aplicação da pena capital em casos de guerra é aceitável, como acontece no Brasil. 
Controvérsias 

Há quem defenda com entusiasmo a extensão da pena de morte à sociedade civil brasileira, contudo é necessário observar que, do ponto de vista jurídico, ela é inaplicável.
A Constituição Federal do Brasil, em seu artigo 5º prevê:
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...]
O direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade é um preceito constitucional, que se sobrepõe aos outros.  
Indubitavelmente, o maior de todos os direitos e que, por si só, permite a garantia dos outros é o direito à vida. Entende-se, portanto, que a pena de morte no Brasil, se implantada por lei, seria inconstitucional, salvo o caso previsto e já comentado (durante guerra declarada).

A grande questão é que o artigo 5º da Constituição Federal é uma cláusula pétrea, ou seja, não pode sofrer alteração, nem mesmo por emenda constitucional. Alguns juristas defendem, assim, que para instaurar a pena de morte no Brasil seria necessário convocar uma Assembleia Constituinte (colegiado responsável por elaborar e revisar a constituição). Outros estudiosos do assunto alegam, no entanto, que nem mesmo uma Assembleia Constituinte poderia trazer de volta as situações já extintas por outras Constituições Federais, como é o caso da pena extrema, pois seria um retrocesso na conquista de direitos sociais. 

A pena capital para o Espiritismo 

A pena de morte é uma violação das Leis Divinas. É faltar com a caridade e com o perdão. Recordemo-nos de Moisés no Monte Sinai, o qual, inspirado pelo alto, colocou na pedra os dez mandamentos (a primeira revelação divina), dos quais um diz: "Não matarás".
O direito à vida é a maior dádiva que o Espírito pode receber da Providência Divina, pois constitui oportunidade para seu progresso moral e intelectual, mas o ser humano, na sua imperfeição, deseja sobrepor-se ao Criador, instituindo leis que atentam contra a própria vida.

6 de fev. de 2015

DISCRIMINAÇÃO É CRIME! PARA O ESPÍRITA É TAMBÉM BURRICE!



Pelo fato de não proceder de um só indivíduo a espécie humana, devem os homens deixar de considerar-se irmãos? 
Todos os homens são irmãos em Deus, porque são animados pelo espírito e tendem para o mesmo fim...
 
Questão nº 54
 
Lembro de uma charge em que se via um casal de nobres ingleses, ambos esnobes e orgulhosos, contemplando uma galeria de retratos de seus antepassados, onde estavam reis, príncipes, lordes, duques... 
Sobre suas cabeças uma imensa árvore genealógica mostrava bandidos, piratas, bárbaros, índios, trogloditas, até chegar às suas origens - um casal de macacos. 
Não eram seres especiais os empertigados britânicos. 
Descendiam, como todo o gênero humano, dos símios antropoides. 
As diferenças quanto ao tipo físico, cor da pele, estrutura, altura, comportamento, costumes, guardam sua gênese em fatores geográficos, climáticos, de alimentação e cultura... 
Não chegamos a perceber essas mutações porque são extremamente lentas. Ocorrem ao longo dos milênios. 
Por outro lado, há uma tendência para a fixação de determinadas características que identificam as raças. É como se Deus houvesse preparado vestimentas variadas para os Espíritos que reencarnam, diversificando suas experiências evolutivas, em aprendizado compatível com suas necessidades.
 

 
O amplo conhecimento acumulado sobre nossas origens e a evidência de que temos em comum o fato de que nossos ancestrais moravam nas árvores, não tem sido suficiente para eliminar um dos males mais lamentáveis da sociedade humana - o preconceito racial. 
Inspira-se na pretensão de que um homem é melhor, superior a outro por causa da cor de sua pele, estrutura física, nacionalidade...
  Nos Estados Unidos foi preciso uma guerra civil para acabar com o desumano regime escravocrata. 
Até a década de sessenta o país mais rico e poderoso da Terra, que sempre arvorou-se em campeão da democracia, praticava a segregação racial. A maioria branca impunha humilhantes restrições aos negros, que não podiam freqüentar as mesmas escolas, sanitários públicos, clubes, hospitais... 
Na África do Sul, em pleno continente africano, uma minoria de origem européia sustentou durante decênios separação radical, relegando os donos da casa a posições de subalternidade. 
No Brasil, não obstante a índole fraterna de nosso povo, durante mais de três séculos muitos achavam natural a existência de homens transformados em bestas de carga. 
Estamos livres da nódoa da escravidão, mas não do preconceito racial, que corre solto, com poucas chances para os negros se livrarem de uma condição social inferior. 
Nos Estados do Sul os nordestinos são marginalizados e menosprezados, como se não fossem brasileiros, como se pertencessem a uma raça inferior. 
Algo semelhante ocorre em países ricos da Europa, como França e Alemanha, onde há forte resistência contra minorias que vêm de países pobres buscando melhores condições de vida. 
Sanseis e niseis, descendentes de colonos japoneses que vão trabalhar no Japão, enfrentam o mesmo problema, relegados ao exercício de tarefas braçais.
 

 
Outro exemplo marcante envolve os judeus. 
Não obstante sua cultura e inteligência foram discriminados e perseguidos ao longo da História. 
Na Alemanha de Hitler, a população aceitou passivamente sua iniciativa de exterminá-los, quando seria muito mais razoável encaminhar o ditador para o hospício. 
Os descendentes de Abraão, por sua vez, não têm feito melhor. 
Imbuídos da idéia do povo escolhido por Jeová, cultivam insuperável racismo. Isso está tão entranhado em sua mentalidade que desde o ano 70 da era cristã, quando Jerusalém foi arrasada por Tito e foram dispersos pelo Mundo, os judeus conservaram sua nacionalidade, mesmo sem um território, o que só aconteceu em 1948, com a proclamação do Estado de Israel. Hoje discriminam os árabes, particularmente os palestinos, aos quais negam o direito elementar de terem seu próprio país.
 
 
A Doutrina Espírita tem uma valiosa contribuição em favor da extinção dos preconceitos raciais, revelando que somos todos Espíritos em evolução, submetidos à experiência reencarnatória. E que podemos ressurgir na Terra como negros, brancos ou amarelos, em qualquer continente ou região, de conformidade com nossos compromissos e necessidades.

 
Não há porque cultivar discriminações, não só porque temos todos a mesma origem, que se perde na noite dos tempos, mas sobretudo porque a Lei Divina determinará inexoravelmente que reencarnemos entre aqueles que discriminamos. 
Há inúmeros relatos em obras mediúnicas, dando-nos notícia de fazendeiros que judiavam dos negros. Retornaram como escravos africanos. 
Anti-semitas voltam como judeus para sentir na própria pele o que é esse preconceito. 
Da mesma forma, judeus convictos de que pertencem a uma raça superior, escolhida por Deus, ressurgem no seio dos povos que julgam inferiores.
 

 
Aprendemos com Jesus que o amor ao próximo equivale a amar a Deus.
 

Isso significa que é absolutamente impossível reverenciar o Criador discriminando suas criaturas.
 
Além do mais, não há porque menosprezar alguém por causa de sua cor, raça, nacionalidade.
 
Afinal, por mais que isso nos contrarie e constranja quando vinculados a movimentos segregacionistas, somos todos irmãos.
 

Descendentes dos primatas como homens perecíveis...
 

Filhos de Deus como Espíritos eternos.
 
E à luz da reencarnação fica sempre a ideia de que o preconceito racial é, sobretudo, insensato ou, mais popularmente, um exercício de burrice.
 
Toda discriminação é véspera de transferência compulsória para o lado discriminado.
 

 

 
Livro: A Presença de Deus  Richard Simonetti

4 de fev. de 2015

INFIDELIDADE CONJUGAL! A ANÁLISE SÉRIA DE UM MODISMO!



Quando o homem e a mulher decidem casar-se, assumem o compromisso de cultivar a fidelidade por toda a vida, mas muitos não o cumprem. Este número é bem maior entre os homens do que entre as mulheres. Na atualidade, o percentual de homens infiéis é bem maior do que o dos fiéis.
Em muitos casos, a infidelidade não traz maiores problemas, mas, em alguns, provoca situações verdadeiramente dramáticas, não só em relação à mulher, como também ao homem, com repercussões para o resto da vida.
A vítima da infidelidade, seja homem ou mulher, fica seriamente lesada em sua sensibilidade.
 
Algumas se desestruturam totalmente, outras entram em depressão profunda ou se desequilibram completamente, necessitando de tempo mais ou menos longo para readquirir o equilíbrio. E o causador contrai um débito perante a justiça divina.
As consequências do ato infeliz, muitas vezes, se estendem às existências futuras, porquanto não se rompe impunemente um compromisso afetivo.
Por mais que tente, o infiel não consegue evitar mudanças no relacionamento conjugal, em virtude de sentir a consciência culpada. Como pode um homem que teve relacionamento íntimo com uma amante ser terno com a esposa, como se lhe fosse totalmente fiel? Da mesma forma, como pode a mulher ser carinhosa com o marido, após ferir a própria consciência num ato de infidelidade?
 
O infiel lesa moralmente o cônjuge e a si próprio. Nesta época em que vivemos, não é somente por questões psicológicas, espirituais ou morais que se deve conservar a fidelidade, mas também por razões de saúde, porquanto há várias doenças transmitidas sexualmente que a comprometem. Entre elas, a mais grave é a AIDS, para a qual ainda não existe tratamento eficiente.
Quais são as causas da infidelidade?
São bastante variadas e dependem da formação moral da pessoa e de determinadas circunstâncias.
 

O homem, que tem uma formação moral deficiente e com forte tendência para a infidelidade, costuma romper com os compromissos matrimoniais logo nos primeiros anos de vida conjugal. A educação deficitária, sob o ponto de vista cristão, lhe permite considerar como natural a experiência extraconjugal para o homem. É o pensamento marcadamente machista que predominou até recentemente. De acordo com esta concepção, o homem tinha o direito de ser infiel, mas a mulher não podia sequer pensar nisto.
Não são, entretanto, apenas estes tipos de homem que estão sujeitos à infidelidade. Também os que têm uma melhor formação, porquanto são muitas as oportunidades no mundo moderno. Só os que têm princípios muito bem consolidados resistem a tais arrastamentos.
 
Contribuem para este tipo de deslize as crises na vida conjugal, as brigas constantes, a indiferença, etc. esta situação leva os cônjuges a se sentirem infelizes, o que cria condições para o rompimento dos compromissos conjugais. Encontrando, então, uma pessoa que lhe dê atenção e carinho, o homem corre o risco de ceder, de se envolver afetivamente. Também a mulher está sujeita a seguir o mesmo caminho, se a vida a dois não vai bem. Em nossa sociedade, porém, ela resiste por mais tempo e é mais reservada. Ela se expõe menos. A maioria das mulheres tende a se resignar e rejeita sistematicamente a idéia de se tornar infiel. Prefere sacrificar-se e conservar os seus princípios. Muitas, porém, encontrando um homem mais atencioso, que lhes dê carinho, acabam cedendo.
 
Uma parcela significativa dos homens se tornam infiel depois que os filhos já estão criados. Para isto contribui não só a redução das preocupações com eles, como também a diminuição dos encantos da mulher, no aspecto físico. Isto para os homens que valorizam quase que exclusivamente a aparência da mulher, esquecendo-se de suas qualidades intelectuais e morais. Com a mulher costuma ocorrer diferente.
Ela valoriza mais as qualidades do homem que os seus dotes físicos.
Concorre também para criar as condições favoráveis para a infidelidade a convivência com outra pessoa, de forma mais íntima, seja no trabalho ou em outras atividades, inclusive as de natureza religiosa.
 
Há muitos casos de religiosos que se envolveram afetivamente desta forma. De modo geral, quando descobrem, já estão comprometidos emocionalmente, necessitando de uma potente força de vontade para se desvincularem. O sentimento vai crescendo sorrateiramente, sem que o percebam. Isto não constitui motivo para que um homem e uma mulher não convivam no trabalho ou na atividade espiritual, porquanto existe uma medida eficaz para evitar que isto aconteça: é não permitir o relacionamento exclusivista e universalizar o sentimento; é um encarar o outro como companheiro de trabalho ou de atividade religiosa.
 
Um aspecto do problema que não pode ser esquecido é o do conquistador ou conquistadora, que procuram identificar a carência do outro e atacam por este ponto. O dom-Juan usa esta tática. Ele procura envolver a mulher que deseja conquistar pelo seu ponto fraco. Se percebe que ela é carente de atenção, procura se tornar extremamente atencioso. Se descobre que é carente de carinho, envolve-a com este tipo de afeto até conquistá-la.
Não podemos deixar de citar também a influenciação dos encarnados por espíritos obsessores, que procuram incentivar o envolvimento emocional das pessoas, muitas vezes com o objetivo de desarticular os seus lares, ou de um deles.

Vida Conjugal – Umberto Ferreira


Observação de Divaldo Franco: "O adultério é coabitar (viver) com alguém e aventurar-se simultaneamente (ao mesmo tempo) com outrem. Não nos parece legal nem moral esse comportamento."

2 de fev. de 2015

CONVERSAS DOENTIAS! JOANNA DE ÂNGELIS



“Os médiuns obsidiados, que se recusam a reconhecer que o são se assemelham a esses doentes que se iludem sobre a própria enfermidade e se perdem, por se não submeterem a um regime salutar”.
O Livro dos Médiuns 2ª parte, Capítulo 29º — Ítem 329.

Semelhante a carro de lixo que espalha emanação morbífica por onde passa, as conversações doentias assinalam os roteiros por onde seguem.

Quando se instalam, destroem o domicílio da paz e a suspeita se aloja, vitoriosa, atormentando, implacável.

Como gás de fácil expansão, o tóxico da informação menos digna se expande, asfixiando esperanças e matando aspirações superiores.

Por onde passa, a conversação infeliz gera a hipocrisia, desenvolvendo uma atmosfera anti-fraterna em que assenta suas afirmações.

A má palestra nada poupa. Facilmente se dissolve em ácido calunioso ou brasa acusadora; atinge corações honestos e enlameia famílias enobrecidas pelo trabalho; deslustra uma existência honrada com uma frase, atirando ignomínia e desdouro; estimula a mentira, que se transforma em injúria, fomentando crime e loucura.

Nutrida pela ociosidade a conversação insidiosa é mãe da corrupção moral.

Se os ensinos edificantes tentam exaltar a dignidade e o dever, oferecendo campo à verdade e ao brio, o veneno da informação descaridosa aparece pretextando ingenuidade e destrói, impiedoso, a cultura da dignidade.

Surge aparentemente inofensiva numa frase pérfida para alastrar-se virulenta numa colheita de fel.

Aparece, sorrateira, para imiscuir-se desabridamente onde não é esperada, induzindo quantos lhe dão ouvidos à infâmia e ao ódio...
É imprescindível fiscalizar-lhe as nascentes.

O cristão não lhe pode ser complacente. Rigoroso no respeito aos ausentes, deve vigiar as entradas da mente e as “saídas do coração”.

Cultor da bondade não compactua com as informações aviltantes, devendo eliminar do próprio vocabulário as expressões dúbias de significação humilhante.

Fiscaliza, atento, cada dia, as informações que te chegam ao coração. Se te conduzem vinagre sobre a honra alheia e apresentam as feridas dos outros à tua observação, procura os recursos da oração e da piedade, e sempre disporás de bens para não caíres no fascínio negativo das sugestões do mal, renovando todas as. expressões com a mente em Jesus.

O Apóstolo Paulo, advertindo aos Coríntios, prescrevia na primeira carta aos companheiros de ministério, conforme se lê no capítulo 15, versículo 33: “Não vos enganeis; as más palavras corrompem os bons costumes”.

As conversações doentias são ácidos nos lábios da vida, queimando a esperança em todo lugar. E os que se entregam a tais palestras são “obsidiados que se recusam a reconhecer que o são, (e) se assemelham a esses doentes que se iludem sobre a própria enfermidade e se perdem, por se não submeterem a um regime salutar.”

Livro: Espírito e Vida - Joanna de Ângelis - Psicografia de Divaldo Pereira Franco

LICANTROPIA E ZOANTROPIA! O QUE É ISSO



1. CONCEITO DE ZOANTROPIA 
 
A palavra Zoantropia tem origem do latim (zoo= animal e anthropos= homem) e é o fenômeno em que espíritos desencarnados devotados ao mal se tornam visíveis aos homens sob formas de animais, demonstrando assim sua degradação tanto moral, quanto espiritual. Esse processo de transformação também pode se dá através de uma metamorfose perispirítica, processada através de uma indução hipnótica, em que o desencarnado inferiorizado em suas culpas, ganha a forma animalesca. Uma das espécies de Zoantropia é a Licantropia e a Cinantropia que serão tratadas abaixo.

2. LICANTROPIA 
 
Licantropia tem origem do vocábulo grego lykanthropía composto por Lykos (lobo) e tropos (forma), o que significa de acordo com o livro Estudando a Mediunidade de Martins Peralva “é o fenômeno pelo qual espíritos, pervertidos no crime, atuam sobre antigos comparsas, encarnados ou desencarnados, fazendo-os assumir atitudes idênticas às de certos animais.” No caso da licantropia o animal seria um lobo e a pessoa que sofre esse processo é chamada de Licantropo, que é uma palavra que tem origem do vocábulo grego lykaánthropos que significa: “ 1. Alienado que sofre de licantropia.. 2. Por extensão, Lobisomen.”
 
É um caso de fascinação em que uma ilusão é produzida pela ação do Espírito sobre o pensamento do médium fazendo o acreditar em coisas absurdas e colocando-o em situações constrangedoras. De acordo com o artigo da Revista Cristã de Espiritismo, n° 35, onde o autor aborda a questão da Zoantropia, ele afirma que se trata de um caso de Subjugação, que de acordo com o Livro dos Médiuns (Capítulo XXIII) se trata de “uma constrição que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu mau grado” o que não deixa de ser parecido com a fascinação.
 
A licantropia pode ser agressiva ou deformante. No primeiro caso, a licantropia se expressa através da violência, da alucinação e pode chegar ao crime. Já o segundo é um caso extremo onde a pessoa imita os costumes, atitudes e posições de vários animais.

3. CINANTROPIA 
 
A cinantropia é uma espécie da zoantropia onde o fenômeno em questão é igual a da Licantropia, mas o animal em que a pessoa se transforma é semelhante a um cachorro. Não constam muitos dados na literatura sobre o assunto.

4. INFLUÊNCIAS MENTAIS 
 
De acordo com o artigo Corpo Astral da Revista Cristã de Espiritismo uma das características da “matéria espiritual” é o fato dela ser muito dócil à ação plasmatizante do pensamento. Ela sofre a ação do pensamento e se modela de acordo com as sugestões do mesmo. Essas sugestões são conhecidas como sugestões hipnóticas que são capazes de provocar as transformações perispirituais. Elas podem ser observadas sob dois aspectos: primeiro, através da auto-sugestão gerada por um sentimento de culpa, desenvolvidos através dos erros do passado; segundo, pela ação da mente de outro Espírito inferior, com o qual já há uma sintonia que explora os deslizes que o torna praticamente vulnerável.
 
O autor Hermínio C. Miranda nos esclarece que “o hipnotizador, ou o magnetizador, não pode moldar, à sua vontade, o perispítio da sua vítima, mas ele sabe como movimentar forças naturais e os dispositivos mentais, de forma que o Espírito, manipulado com perícia, acaba por aceitar as sugestões e promover, no seu corpo perispiritual, as deformações e condicionamentos induzidos pelo operador das trevas que funciona como agente da vigança, por conta própria ou alheia. Nessas condições, a vítima acaba por assumir formas grotescas, perde o uso da palavra, assume as atitudes e as reações típicas dos animais e é segregado, por tempo imprevisível, de todo o convívio com criaturas humanas normais e equilibradas”.
Então podemos concluir que afinidade e sintonia são elementos básicos para o estabelecimento do “pensamento de aceitação ou adesão”, conforme diz André Luiz no livro Mecanismos da Mediunidade. Através dos nossos comprometimentos com o passado, desenvolvidos por débitos cometidos junto com outros espíritos inferiorizados, com as quais ainda sintonizamos, poderemos ter a nossa vontade submetidas aos impérios hipnotizantes desses espiritos. 

5. CASOS DE ZOANTROPIA NA LITERATURA 
 
a) Libertação – André Luiz
No livro Libertação, pelo Espírito André Luiz, no capítulo 5 “Operações seletivas” narra a visita de André Luiz e Gúbio a um edifício onde ocorria julgamentos no qual a função dos juízes era a “de selecionar delinqüentes, a fim de que as penas lavradas pela vontade de cada um sejam devidamente aplicadas em lugar e tempo justos”. Um deles foi de uma mulher que, diante dos juízes, confessou que matou quatro filhinhos inocentes e tenros e combinou o assassinato do próprio marido, entregando-se depois às “bebidas de prazer”, mas nunca pôde fugir da própria consciência. O juiz então fixou sobre ela as irradiações que lhe emanavam do temível olhar, e disse que a sentença foi lavrada por ela mesma e que ela não passava de uma loba. A medida que a afirmação era repetida, a mulher, profundamente influenciável, passou a se modificar, chegando ao resultado final da licantropia. André Luiz constatou, naquela exibição de poder, o efeito do hipnotismo sobre o corpo perispirítico. Segundo explicações espirituais, ela não passaria por essa humilhação se não a merecesse. No entanto, a renovação mental depende única e exclusivamente dela. Deus mantém a senda redentora sempre aberta a seus filhos.

b) Nos Domínios da Mediunidade
 
No capítulo 23, Fascinação, do livro Nos Domínios da Mediunidade, pelo espírito de André Luiz, há um caso de fascinação onde uma senhora é dominada por um obsessor com o qual teve uma ligação antiga em uma outra vida onde ela o induziu ao mal e por ela não corresponder ao seu devotamento, ele passou a persegui-lá. No fato presenciado por André Luiz, o obssesor hipnotiza a mulher, que influenciada, cai e coleia pelo chão, como se fosse uma irracional, quase uivando como uma loba ferida. Diante da situação, foram transmitidos passes e palavras de conforto para o restabelecimento da vítima.

c) Diálogo com as sombras – Hermínio C. Miranda
 
No livro Diálogo com as sombras de Hermínio C. Miranda, há o caso de um médium que se apresentou incorporado de um Espírito que não conseguia dizer nenhuma palavra e como estava totalmente animalizado, somente sabia rosnar e queria morder o Orientador. Mantinha as mãos fechadas como se fossem patas. O grupo conversou com ele tentando convencê-lo de que ele era um ser humano e não um animal. Após muitas preces comovidas e passes, ele começou a ficar mais calmo e pareceu ter readquirido sua forma humana, pois passou a “conferir” seus braços, pés, mãos, etc.

d) Bíblia
 
Há um caso de zoantropia na bíblia em Daniel, capítulo 4, versículo 25 a 34, onde narra a história do rei da Babiblônia, Nabucodonosor, que após sua exaltação onde disse que construiu a Babilônia para fazer dela sua mansão real e para servir à gloria de sua majestade, escutou uma voz que lhe disse “Isto é a ti, ó rei Nabucodonosor, se intima: O teu reino passará de ti a outro possuidor, e lançar-te-ão da companhia dos homens e a tua habitação será com as alimárias e feras: comerás feno como o boi, e sete tempos passarão por cima de ti, até que reconheças que o Excelso tem um poder absoluto sobre os remos dos homens, e que os dá a quem lhe apraz.” Assim, viveu como um animal durante sete anos, findo o período, ele retomou a forma humana, seu reino e o juízo, e reconheceu que o Altíssimo domina sobre a realeza glorificando a Deus e a Sua Justiça e reconheceu que diante Dele nenhum habitante da terra tem importância.



6. TRATAMENTO ESPIRITUAL 

 
Os casos de licantropia são os mais dificies de serem resolvidos. De acordo com Áulus no livro Domínios da mediunidade: “Não basta arrancar o joio. É preciso saber até que ponto a raiz dele se entranha no solo com a raiz do trigo, para que não venhamos a esmagar um e outro.”
O autor Hermínio C. Miranda afirma que: “O trabalho de resgate desses pobres irmãos, que chegam até a perder a consciência da sua própria indentidade, é tão difícil quão doloroso, e jamais poderá ser feito sem a mais ampla cobertura espiritual... eles se voltam contra o grupo mediúnico, que precisa estar preparado, resguardado na prece e em imaculada pureza de intenções”.
 
Para revertemos esses casos de deformações do períspirito não são necessários nenhum produto farmacêutico convencional e sim, somente, o humilde arsenal terapêutico da medicina dos espíritos que é a prece, o passe, a cooperação dos irmãos espirituais, a água fluidificada, o amor e principalmente a fé. O perdão também é necessário nos casos em que a vítima se sente culpada pelos seus débitos passados e continuam se sintonizando com aqueles que participaram de seus atos errôneos.
No caso descrito por Hermínio C. Mirando, no livro Diálogo com as Sombras, ele cita que durante as emissões de passes na vítima e as preces comovidas, eles também conversavam com ele, insistindo que o mesmo era um ser humano e não um animal. Foram ditas palavras amorosas, um tipo de sugestão hipnótica positiva, permitindo assim que ele restituísse sua forma perispiritual de ser humano.
 
Com isso concluímos que a melhor forma de favorecer a cura de pessoas que estão sofrendo a atuação desses espíritos inferiores é o estudo diário e incessante do Evangelho e da Doutrina, o trabalho incessante na seara do bem e sempre ter presente no coração, o amor.
Graças à reencarnação todos os que hoje estão perdidos nos mundos inferiores poderão se redimir e resgatar as suas dividas. Podendo assim, alcançar as bênçãos divinas.

Pesquisa realizada por Mariana Ferreira Borges Estrela

7. Obras consultadas

- Estudando a Mediunidade - Martins Peralva; 26ª Ed., FEB.
- Nos Domínios da Mediunidade – Francisco Cândido Xavier; 23ª Ed., FEB.
- Libertação - Francisco Cândido Xavier; 31ª Ed., FEB.
- Diálogo com as Sombras – Hermínio C. Miranda; 13ª Ed., FEB.
- Revista Cristã de Espiritismo, n° 35 – Zoantropia.
- Revista Cristã do Espiritismo, n°, Psicopatologia do Perispírito.
- Revista Cristã de Espiritismo, n° 25 – Artigo Corpo Astral.